
Na sessão ordinária desta quinta-feira (15), a vereadora Andréia Novaes gerou polêmica ao questionar o fornecimento de alimentação no Anexo da Câmara Municipal de Ipiaú, afirmando que essa prática não teria respaldo claro na legislação.
Segundo a parlamentar, os alimentos são destinados à Secretaria da Câmara, que atende o funcionamento administrativo do Legislativo, e não aos gabinetes dos vereadores ou aos funcionários da Casa. “Até hoje procurei e não vi onde a lei permite esse tipo de ato. Se na cesta básica poderá ir carne, ovo ou sardinha, que coloque também. Ficarei feliz se puder atender a comunidade”, declarou.
Andréia reforçou que a visita feita ao presidente da Câmara para esclarecer a situação foi pacífica, sem motivações políticas ou pessoais. “Não fomos ali como ex-candidata à presidência ou como ex-secretário que disputou chapa. Fomos para esclarecer algo que interessa à comunidade”, afirmou.
A vereadora destacou ainda a importância de transparência e prestação de contas. Ela criticou declarações de colegas sobre supostas “oposições internas” na Câmara: “Para mim é novo esse fato de a Câmara ter oposição a vereador. A oposição é ao prefeito, deputado, senador ou presidente, mas vereador? Nunca vi.”
Segundo Andréia, a polêmica expõe uma necessidade de revisão das práticas administrativas da Casa, evitando que recursos públicos sejam usados sem base legal ou clareza para a população. Ela também sugeriu que, se a Câmara for fornecer alimentos à comunidade, a iniciativa deve ser organizada de forma clara, transparente e legal, podendo incluir até mesmo itens de cesta básica para pessoas em situação de vulnerabilidade.
O debate repercutiu rapidamente nas redes sociais, com moradores questionando o uso de recursos públicos e pedindo esclarecimentos oficiais. Especialistas em administração pública consultados pelo Ipiaú TV afirmam que práticas como essa devem sempre estar respaldadas por lei e regulamentos internos, sob pena de gerar questionamentos legais e administrativos.
A vereadora finalizou destacando que o Legislativo deve prestar contas à comunidade e separar questões pessoais ou políticas de ações administrativas. “Quem não quiser virar matéria, não vira fatos. Mas a Câmara existe para servir ao povo, não para atuar de forma obscura ou sem transparência”, concluiu.