
A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jequié, cumpriu na manhã de terça-feira (29) um mandado de prisão preventiva contra um homem identificado pelas iniciais M.D.C., acusado de cometer diversos crimes de assédio e importunação sexual. As denúncias envolvem, ao menos, seis mulheres que atuavam como estagiárias de engenharia sob a supervisão do suspeito, além de outras vítimas que buscavam orientação religiosa.
Segundo as investigações, os episódios de assédio incluíam toques não consentidos, comentários de cunho sexual, exibição de vídeos pornográficos e condutas abusivas que ocorriam durante o expediente, utilizando-se da posição de liderança e da hierarquia para constranger as vítimas. Todas relataram que M.D.C. fazia menção explícita ao seu cargo e sugeria vantagens profissionais mediante condutas sexuais.
As mulheres ainda afirmaram que o suspeito, também registrado como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), frequentemente portava arma de fogo durante os episódios, utilizando o armamento como forma de intimidação. As investigações apontam que os abusos ocorriam há anos e seguiam um padrão semelhante de abordagem.
Além da prisão preventiva, a DEAM cumpriu mandado de busca e apreensão na residência e no estabelecimento comercial de M.D.C., onde foram encontradas duas pistolas e diversas munições. No momento, o suspeito encontra-se sob custódia hospitalar.
Afastamento do cargo público
Na manhã desta quarta-feira (30), a Prefeitura de Jequié emitiu uma nota oficial confirmando o afastamento preventivo de M.D.C., que ocupava cargo na Secretaria Municipal de Infraestrutura. A administração municipal informou que a decisão foi tomada em respeito à seriedade das acusações e ao andamento das investigações.
“Diante da seriedade do caso, a administração afastou o servidor, preventivamente, de suas funções enquanto durarem as investigações dos órgãos competentes, conforme preveem os trâmites administrativos. A Prefeitura reafirma seu compromisso com a ética, a integridade e o respeito à dignidade de todos os cidadãos e reforça total confiança no trabalho da Justiça e das autoridades policiais”, diz a nota.
As denúncias incluem ainda abordagens feitas no contexto religioso, onde, segundo relatos, o suspeito — que também atuava como líder evangélico — promovia abraços forçados, comentários inapropriados e investidas durante atendimentos espirituais.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil. A identidade completa do acusado não foi divulgada oficialmente até o momento. * Redação Ipiaú TV