
O paciente Gilson Félix dos Santos, de 53 anos, está internado no Hospital Geral de Ipiaú (HGI), no sul da Bahia, em estado delicado de saúde. Ele aguarda, desde o dia 30 de maio de 2025, por uma transferência urgente para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com suporte para hemodiálise. A solicitação foi registrada oficialmente no sistema estadual de regulação sob o código 4471346.
Segundo o boletim médico, Gilson deu entrada na unidade hospitalar no dia 23 de maio, apresentando sintomas como astenia (fraqueza), inapetência, vertigens e náuseas — sinais que se intensificaram nas semanas anteriores à internação. O paciente é portador de diversas comorbidades: diabetes mellitus tipo I, pancreatite crônica, colelitíase (presença de cálculos biliares), esteatose hepática (gordura no fígado) e doença renal crônica em estágio 5, necessitando de terapia renal substitutiva (TRS) com urgência.
Exames laboratoriais indicaram hipercalemia (nível elevado de potássio no sangue), anemia severa associada a doença crônica, além de alterações hepáticas e renais relevantes. A evolução do quadro clínico tem sido marcada por episódios frequentes de hipoglicemia, edema facial, ascite (acúmulo de líquido na região abdominal) e sinais de infecção intra-abdominal.

Um parecer nefrológico emitido em 19 de junho reforça a necessidade de transferência imediata para uma UTI com suporte dialítico, já que as medidas clínicas aplicadas não têm sido suficientes para conter a piora da função renal.
Gilson está recebendo tratamento com antibióticos de amplo espectro, como Meropenem e Vancomicina, além de insulina NPH, reposição de eletrólitos, cuidados nutricionais e controle rigoroso da glicemia. A médica responsável, Dra. Raquel, descreve o caso como “doença renal crônica agudizada com complicações infecciosas e metabólicas severas”, destacando a urgência de encaminhamento para uma unidade de maior complexidade.
A equipe do Ipiaú TV conversou com familiares do paciente, que relataram o drama vivido ao longo do último mês. Eles afirmam que, mesmo após consulta com a médica nefrologista Dra. Lezirt, realizada dentro do próprio Hospital Geral de Ipiaú, não houve avanço significativo na regulação da vaga.
“Ele está todo inchado, muito debilitado. É diabético e já recebeu bolsas de sangue. A regulação do meu tio está desde o dia 30 de maio, já são 30 dias esperando por uma vaga”, desabafou um parente.
O caso evidencia, mais uma vez, a situação crítica do sistema de regulação de leitos na Bahia, especialmente para pacientes com insuficiência renal grave. A demora na liberação de vagas em UTIs com suporte adequado compromete o tratamento e coloca vidas em risco.