
Ipiaú, Bahia – Dados recentes sobre as receitas municipais mostram a dimensão da dependência que o município tem das transferências oriundas da exploração de petróleo no país. O gráfico de repasses evidencia um salto expressivo a partir de 2022, quando o município recebeu aproximadamente R$ 24 milhões em royalties e participações especiais. Nos anos seguintes, os valores permaneceram elevados, embora em queda gradual: cerca de R$ 9 milhões em 2023, R$ 9 milhões em 2024 e previsão de R$ 7 milhões para 2025.
Apesar do volume financeiro, especialistas alertam que este tipo de receita tem caráter temporário. Assim como ocorre em regiões mineradoras – caso de Itagibá, que impulsiona o comércio de Ipiaú por meio da exploração de níquel – a arrecadação vinculada ao petróleo também tem prazo para diminuir. A partir de 2027, projeções nacionais indicam início da desaceleração da produção do pré-sal, o que tende a reduzir os repasses aos municípios beneficiados.

Atualmente, grande parte desses recursos é aplicada em despesas obrigatórias, como folha de pagamento e manutenção da educação. No entanto, analistas da área econômica apontam que a ausência de investimentos consistentes em infraestrutura, diversificação econômica e geração de emprego pode resultar em um cenário de estagnação quando os repasses diminuírem.
A questão central é: como Ipiaú irá financiar seu futuro quando essa janela de oportunidades se fechar?
Sem estratégias de desenvolvimento sustentável, inovação econômica e ampliação de receitas próprias, o município corre o risco de enfrentar dificuldades financeiras nos próximos anos, especialmente se continuar dependente de fontes sazonais e externas.
O tema reforça a necessidade de planejamento público, definição de prioridades e investimentos estruturantes capazes de gerar retorno permanente para a população. * Redação Ipiaú TV