
Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Ipiaú, realizada na noite desta quinta-feira (14), a vereadora Mônica Souza (PT) utilizou a tribuna para tratar de um tema que classificou como “uma chaga dolorosa que atravessa o país e também a nossa cidade”: o feminicídio.
Em seu pronunciamento, a parlamentar fez referência ao recente assassinato de uma jovem moradora de Córrego de Pedras, que, segundo ela, comoveu e revoltou a comunidade. “Não estamos falando de estatísticas ou de casos distantes. Estamos falando de mulheres com nomes, rostos, histórias e sonhos interrompidos pela violência mais extrema: o assassinato pelo fato de serem mulheres”, destacou.
Mônica enfatizou que o feminicídio não é um crime comum, mas o desfecho brutal de um ciclo de agressões que poderia e deveria ter sido interrompido. “A mulher não é propriedade de ninguém. Precisamos parar de silenciar, nos posicionar enquanto mulheres, cidadãos e homens. Enquanto legisladores, temos o dever de fiscalizar, legislar e garantir o direito mais básico de todos: o direito à vida”, afirmou.
Ao lembrar da vítima, identificada como Cláudia, a vereadora disse se sentir profundamente tocada pelo crime. “Era uma jovem tranquila, trabalhadora e passiva. Esse ato bárbaro nos choca e exige uma resposta à sociedade. Não somos juízes nem policiais, mas somos legisladores e precisamos debater e agir sobre esses casos”, concluiu.
Durante a mesma fala, Mônica ressaltou a importância de manter o tema em evidência, especialmente no mês de agosto, que marca a campanha “Agosto Lilás”. “Estamos no Agosto Lilás, um mês de proteção, um mês de luta contra o feminicídio. E a gente precisa estar falando sobre o assunto, porque, se a gente se cala, fica parecendo que silenciou e normalizou a situação. Precisamos dar uma resposta. Sabemos que nós não estamos aqui como juízes ou policiais, e sim como legisladores, e precisamos estar aqui falando sobre o assunto”, frisou.
A vereadora também destacou a participação em eventos recentes voltados à defesa dos direitos das mulheres. “Quero parabenizar as conferências das mulheres que aconteceram em Jequié, onde eu e a vereadora Andreia participamos. Foi uma conferência muito organizada no Médio Rio das Contas, liderada pela nossa amiga Rita Rodrigues, irmã do governador Jerônimo, que nos convidou para estar presente. Aqui na Câmara, também realizamos o Julho das Pretas, onde tratamos desse tema. Às vezes, parece que a vereadora Mônica é chata, que só fala de mulheres pretas, que só fala de mulher… mas não é isso. Nós sabemos muito bem o que sofremos na pele e precisamos ser respeitadas. Sabemos que existem mulheres machistas e mulheres que precisam se impor mais. Vivemos em uma sociedade que ainda é predominantemente machista e precisamos mudar essa realidade”, completou.* Redação Ipiaú TV