
Numa Era de Inteligência Artificial e Ignorância Natural Inercial, o arquiteto e urbanista ipiauense, Elson Andrade nos traz nesta edição, uma instigante proposta e ferramenta; como método de desenvolvimento socioeconômico: A arte de saber perguntar. Confira!
Diz o velho ditado que perguntar mão ofende. Já tem outros que afirmam que pergunta não tira pedaço…
Num mundo onde os principais conhecimentos e informações importantes, já foram digitalizadas; parece que o que nos resta de mais importante agora, é justamente saber perguntar, pois, para a maioria das questões, já existe uma resposta a qual, suscita novas perguntas.

Mas aí surge uma pergunta básica: como alguém pode perguntar o que ela sequer sabe do que se trata?
Essa é uma pergunta que merece uma resposta na perspectiva de um processo de desenvolvimento sucessivo consequente, seja ele, pessoal, coletivo, público, ou, até de ordem global e humanitária.
Toda pergunta, em tese, já carrega consigo alguma direção das prováveis respostas.
Os japoneses que tem uma cultura milenar, muitos séculos a frente da “cultura brasileira”. Essa ferramenta (teoria dos cinco porquês) é em verdade, uma resposta metodológica capaz de produzir de forma clara e direta, o fio da meada, o caminho estruturado para se sai do genérico, e chegar ao específico, partir do abstrato e alcançar o concreto, ou ainda, sair da superfície em direção certeira ao cerne do problema.
A metodologia dos 5 Porquês é uma ferramenta de análise de causa raiz que consiste em perguntar “por que” um problema ocorreu repetidamente, geralmente cinco vezes, para identificar a origem fundamental de uma situação e não apenas os sintomas superficiais. Ao fazer essas perguntas em sequência, cada resposta leva à próxima indagação, formando uma cadeia de raciocínio que expõe as causas subjacentes, permitindo a implementação de soluções “definitivas” que previnem a recorrência da falha.
Como a metodologia funciona:
- Defina o problema: Comece com uma descrição clara do problema que precisa ser resolvido. Essa é, portanto, a principal e primeira fase.
- Faça a primeira pergunta: Pergunte: “Por que esse problema ocorreu?” e anote a resposta.
- Continue as perguntas: Para cada resposta obtida, pergunte novamente “Por que isso aconteceu?”.
- Repita em torno de 5 vezes, perguntas focadas nas respostas, até encontrar a causa raiz: Continue este processo de questionamento até chegar cada vez mais próximo da causa raiz, essência fundamental do problema, que em muitos casos, não para na primeira resposta, mas sim, um evento ou falha um pouco mais profunda.
- Implemente a solução: Uma vez identificada a causa raiz, você pode implementar uma solução que aborde essa origem, evitando que o problema se repita no futuro. E daí, talvez seja esse, o motivo de muitas autoridades não permitir que lhes sejam feitas perguntas em público, e ao se fazer no e-SIC, eles respondem somente o que bem querem, geralmente, tentando já lhe calar e frustrar a sequência de mais e mais perguntas.
Exemplo prático:
- Problema: O carro não liga.
- 1º Porquê: Não há energia na bateria.
- 2º Porquê: O alternador não está carregando a bateria.
- 3º Porquê: A correia do alternador quebrou.
- 4º Porquê: A correia estava muito velha e ressecada.
- 5º Porquê: A manutenção não verificou tempestivamente a correia do alternador em cada revisão.
Neste exemplo, ao invés de apenas trocar a bateria, a equipe pode agora de forma muito mais assertiva, abordar a causa raiz, que é a falta de manutenção preventiva, e implementar um novo procedimento para se verificar as correias do alternador a cada “X” tempo.
Vantagens da metodologia:
- Simplicidade:
É uma ferramenta fácil de entender e aplicar, sem a necessidade de muitos recursos. Porém, exige inteligência e propósito com foco na solução do problema, e, honestidade e precisão nas respostas.
- Profundidade:
Permite ir além dos sintomas para encontrar as causas reais dos problemas. Além de exigir objetividade.
- Abrangência:
Pode ser usada em diversos contextos e setores para identificar e resolver problemas, sem fugir ou despistar das perguntas.
- Prevenção e Vantagem:
Ao resolver a causa raiz, o problema tem menos probabilidade de ocorrer novamente.
Nesse sentido, o Ipiaú TV vem a público perguntar: É do interesse de todos criarmos uma respeitável coluna jornalística, aberta e dedicada a participação popular, como sendo um importante meio de evolução sócio-organizacional da comunidade de Ipiaú e região?
Aqui, de partida já deixamos algumas perguntas:
- Para que arrecadamos impostos? Qual a sua finalidade afinal?
- Qual foi o volume de recursos que passou nos cofres da prefeitura de sua cidade nos últimos governos?
- No que foi gasto aquela montanha de dinheiro?
- Resultou no propósito original?
- Por que não?
- Onde foi parar então?
Porém, ao longo do tempo, a população poderá sim, evoluir muito em função de uma série de sucessivas perguntas e respostas, como a sugeridas abaixo:
- Para que fim e propósito, serve uma Câmara Municipal? Ela tem nos servido efetivamente? Para que, ou para quem, de que forma?
- Um servidor(a)pode ocupar 2 cargos e várias funções públicas, e receber remuneração simultâneaspor estas inscrições? De onde tem vindo os recursos que o(a) sustenta? Isso tem trazido efetivamente resultado efetivo? Para que, ou para quem?
- Educação formal, estatal municipal, traz desenvolvimento? Quanto tem nos custado proporcionalmente? Ela tem resultado em desenvolvimento efetivamente? Para que, ou para quem e por que ninguém reage?
- Ipiaú é de fato uma economia cacaueira? De onde tem vindo os recursos que a sustenta? Ela tem trazido efetivamente desenvolvimento? Para que, ou para quem? Por que sim, ou, por que não?
- Aqueles cacauicultores que acusam os beneficiários dos programas assistencialistas do governo federal, de gastarem tudo que recebem, em consumo e não em investimento e produção que venham a lhe trazer desenvolvimento… eles próprios são um bom exemplo?

- Qual era mesmo os propósitos essenciais da implantação da Fazenda do Povo? De quem era aquela roça antes, quanto se pagou relativamente por ela? Aquela terra foi, ou é produtiva? Ela tem propiciado de fato uma revolução? Quem ficou rico ou mudou de vida naquele projeto ali? Quem pretende melhorar de vida e ficar rico de forma revolucionária, ali é um bom modelo? Por que a prefeitura e os “historiadores” locais não equacionam nunca esse tema?
- Se a cacauicultura não tem gerado lucro o suficiente, nem mesmo com as recentes altas na cotação do cacau, e a predominância esmagadora de trabalhadores da cacauicultura, é constituída de Meeiros beneficiários do INSS, BPC e Bolsa Família… esses programas federais tem de alguma forma subsidiado indiretamente a cacauicultura? Um compulsivochocólatra críticode apartamento da cidade grande, estaria indiretamente sendo subsidiado em seu consumo via esses programas e exploração? Quem tem ganhado e perdido nessa cadeia de suprimento? Quem são os verdadeiros beneficiários? A abordagem puramente ideológica tem ajudado ou atrapalhado medir e enxergar os reais problemas?
- O que significa lucrar no privado, e, realizar o prejuízo no público? Há algum caso semelhante à vista, em sua cidade?
- O que mais traz desenvolvimento com geração de emprego e renda para os pequenos e pobres município da região cacaueira sul baiana? Show caríssimos multimilionários em festas populares custeados com cachês extremamente altos, ou gastar R$ 16 mil por ano via Secretaria de Agricultura? Estariam beneficiando a quem e como? Por que ninguém reage a esses escarnio?

Uma das perguntas que valem um milhão de dólares, que temos que nos fazer sempre e a cada dia, é:
Se eu não tivesse nessa cidade, nesse negócio, nessa família, nessa empresa, e/ou nessa situação…
Em especial, se eu não tivesse nessa cidade, eu entraria nela agora?
Se não, por que?
E se, eu não tivesse mais como sair dela, por uma série de circunstâncias e amarras pessoais e circunstanciais, o que eu faria, para até o fim desse ciclo, ter, ou garantir, o sucesso sustentável, meu, do outro, dos meus (filhos, pais, vizinhos…) e da comunidade como um todo?
Não perca tempo, não se acanhe… mande as suas melhores perguntas para a redação do Ipiaú TV, atrases dos canais (Instagram @ipiau_tv e facebook @ipiautv) que nós a encaminhares aos donos dos problemas (respostas) para quem sabe, contribuir de forma progressista com o nosso desenvolvimento.
Um alerta importante:Antes de mais nada, pare, pense, levante os dados, formule a(as) pergunta(as) de forma respeitosa, inteligente e de forma que possa culminar num outro patamar acima e capaz de ter valido apena ter feito.
Nota: O site Ipiaú TV tem diversos outros artigos de foro regional que poderão trazer informações e debates de grande valia para a sua vida e/ou negócio. Não deixe de ler e compartilhar nossas publicações, acessando o sitehttps://ipiautv.com.br/category/olharurbano
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Da redação: Elson Andrade – que é arquiteto, urbanista, empresário desenvolvimentista, pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp.