
Dezenas de ipiauenses foram vítimas de um elaborado golpe financeiro que operava como um esquema de pirâmide, utilizando a falsa identidade da empresa de investimentos “Merrill Lynch”. A fraude, que atraía investidores com promessas de lucros exorbitantes e prêmios como iPhones e até carros, desmoronou, deixando um rastro de prejuízo e frustração.
O golpe funcionava com a promessa de altos rendimentos a partir de investimentos iniciais que variavam de R$ 130 a R$ 3 mil. No início, os golpistas pagavam os retornos, fazendo depósitos via Pix, o que criava um senso de credibilidade e encorajava as pessoas a investir quantias maiores. Além disso, o esquema exigia o convite de novos participantes, aumentando a porcentagem de lucro de quem recrutava, uma característica clássica de uma pirâmide financeira.

Segundo relatos das vítimas, o golpe durou cerca de um mês. Os golpistas usavam grupos de WhatsApp para se comunicar e uma suposta “gerente” identificada como Elza Alice respondia aos investidores e enviava links com bônus em dinheiro. Para manter a ilusão, alguns participantes chegavam a receber pequenos prêmios, como fones de ouvido e cafeteiras, o que reforçava a confiança na operação.
O colapso do esquema
O desfecho da fraude ocorreu no último final de semana. Após um aumento na captação de valores, com investimentos de R$ 1 mil, R$ 3 mil e outras quantias altas, os saques prometidos para a última sexta-feira, 12, e a segunda-feira, 15, não foram efetuados.

A “gerente” Elza Alice chegou a enviar mensagens tentando justificar o problema, alegando um “grande volume de levantamentos” e pedindo que as vítimas aguardassem. A situação piorou quando a mesma golpista enviou uma nova mensagem, citando supostas “normas dos bancos brasileiros” e exigindo um novo depósito de R$ 299 para que as contas fossem “certificadas” e os saques liberados. A mensagem prometia a devolução do valor em dobro em até um dia.
No entanto, pouco tempo depois, o aplicativo do golpe saiu do ar, confirmando que se tratava de uma pirâmide financeira e que os investidores haviam perdido seus aportes.

Como funciona o golpe da pirâmide financeira?
Os esquemas de pirâmide financeira, também conhecidos como “esquema Ponzi”, são golpes que prometem retornos rápidos e muito acima do mercado. No entanto, o lucro não vem de uma atividade econômica real, mas sim do dinheiro dos novos investidores que entram no esquema. O modelo é insustentável, pois o fluxo de novos participantes eventualmente diminui ou cessa, fazendo com que o sistema desmorone e os últimos a entrar no esquema fiquem com o prejuízo.
No caso de Ipiaú, a utilização do nome “Merrill Lynch” é uma tática comum desses criminosos. Eles se apropriam do nome de empresas conhecidas e de boa reputação no mercado financeiro para dar uma aparência de legitimidade e enganar as vítimas. É fundamental sempre desconfiar de promessas de lucros fáceis e rendimentos garantidos, e sempre verificar se a empresa é regulamentada por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central.
As vítimas do golpe podem e devem registrar um boletim de ocorrência e buscar orientação jurídica para tentar reaver seus valores e garantir que os responsáveis sejam investigados e punidos. * Redação Ipiaú TV