
Em uma entrevista emocionante ao Ipiaú TV nesta sexta-feira, 25 de julho, conduzida por Cristiano Quaresma – o Cri Cri – a vereadora Mônica Souza (PT), idealizadora da 1ª Conferência do Julho das Pretas realizada na Câmara Municipal de Ipiaú, falou com firmeza sobre a importância do evento e da luta histórica das mulheres negras no Brasil.
“Hoje é um dia marcante. O Julho das Pretas não é apenas uma data comemorativa, é um grito de resistência. Um momento para mostrar ao mundo o quanto as mulheres negras são importantes, o quanto precisamos ocupar espaços de poder. Ainda somos poucas. E não é por falta de capacidade, é por causa do racismo estrutural que ainda existe e que precisa ser combatido com coragem e união”, declarou.
Cristiano questionou sobre a presença de tantas mulheres influentes, negras e empoderadas, no evento. Para Mônica, esse encontro carrega um significado profundo:
“Essas mulheres são espelhos. Representam força, sabedoria, garra. Quando elas se levantam, outras se levantam com elas. Promover esse evento é empoderar. É dizer para cada mulher que está lá fora: venha, este espaço também é seu. Eu creio no nosso Senhor Jesus que, no próximo ano, faremos uma semana inteira de ações, culminando no dia 25 de julho. Nosso lugar é onde quisermos estar, e ninguém vai mais nos silenciar.”
Visivelmente emocionada, a vereadora falou sobre Tereza de Benguela, líder quilombola homenageada nesta data:
“Tereza foi uma mulher negra, guerreira, que morreu lutando pela liberdade do seu povo. Sua história foi marcada por dor, mas também por resistência e liderança. Quem não conhece, precisa conhecer. Leia sobre ela. Entenda o porquê desta data. O Brasil e o mundo nos devem muito. O Julho das Pretas é uma forma de lembrar isso, de exigir respeito, de mostrar que nós somos potência.”
Mônica também revelou que já protocolou um projeto de lei na Câmara de Ipiaú, que tornará obrigatória a realização de atividades institucionais no dia 25 de julho, como forma de preservar e fortalecer essa memória de luta.
“Esse movimento precisa ser permanente. Temos que criar políticas públicas, ampliar esse espaço de fala, levar para as escolas, para as ruas, para todos os lugares onde uma mulher negra ainda não se sente representada. E isso precisa vir da base, das mulheres humildes, das que às vezes não sabem o poder que têm.”
Em suas palavras finais, Mônica fez um apelo:
“Você é empoderada, mesmo que não saiba. E você é forte. Acredite na sua força. Todos os dias precisamos nos sentir empoderadas, vestir o que quisermos, sermos quem somos, sem medo. A mulher negra tem voz, tem vez – é só querer. E nós vamos chegar longe.”