
Uma análise recente sobre a produtividade do cacau na Bahia e em outras regiões do Brasil revelou um dado preocupante para Ipiaú: a cidade, conhecida pela tradição cacaueira, figura com um dos menores índices de produção por hectare. Os números, apresentados em um gráfico, mostram o potencial econômico que a região tem deixado de aproveitar.
A produtividade de Ipiaú é de 22 arrobas por hectare (@/ha), um número que contrasta drasticamente com o de cidades vizinhas e outros polos agrícolas. Enquanto Jequié e Ibirataia, por exemplo, alcançam 20 @/ha, Ipiaú fica para trás de Jitaúna (36 @/ha) e Gandu (40 @/ha). A diferença mais impressionante, no entanto, é em relação a Luzinópolis, no Tocantins, que atinge a marca impressionante de 200 @/ha.
Esses números não são apenas estatísticas, mas representam uma gigantesca lacuna econômica. Um cálculo baseado nessas produtividades ilustra o potencial de receita que a cidade está perdendo. Se Ipiaú tivesse alcançado a mesma produtividade de Jitaúna, o setor cacaueiro local teria embolsado R$ 54 milhões a mais em 2024.

A comparação com Luzinópolis é ainda mais reveladora, mostrando o quão longe Ipiaú está de seu potencial máximo. Se, por um “milagre”, a produtividade local se equiparasse à de Luzinópolis, a cidade teria adicionado R$ 708 milhões à sua economia em um único ano.
Os dados levantam sérias questões sobre as práticas agrícolas, o investimento em tecnologia e o apoio público ao setor. A baixa produtividade não é apenas um problema dos produtores, mas um desafio para toda a economia local, que perde milhões de reais que poderiam circular na cidade, gerando empregos e desenvolvimento. O contraste dos números serve como um alerta e um chamado para a comunidade, produtores e poder público buscarem soluções para reverter o quadro e liberar o potencial de crescimento da região. * Redação Ipiaú TV