
No caso concreto de Ipiaú, o que tem evitado um colapso ainda maior da economia local é o alto nível de receita e renda advinda de transferências intergovernamentais, em especial do governo federal, por meio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), além de programas previdenciários e assistenciais, como Bolsa Família, BPC, INSS e Pé de Meia.
Radiografia Empresarial do Retrato Econômico do Brasil, da Bahia e de Ipiaú
Uma análise aprofundada dos dados e gráficos disponíveis revela uma radiografia complexa do cenário empresarial brasileiro, destacando a distribuição, o dinamismo e os desafios econômicos enfrentados por empresas em diferentes níveis, do nacional ao municipal. A discrepância entre o número de empresas ativas e as que já encerraram suas atividades — as chamadas “baixadas” — emerge como um ponto central de reflexão.
Um País de Altos e Baixos: A Dinâmica Nacional
O mapa do Brasil, que classifica os estados pelo número de estabelecimentos, mostra uma polarização notável. Regiões como o Sudeste e o Sul dominam o panorama econômico, com maior concentração de empresas, reforçando um desenvolvimento desigual no território nacional. Em contrapartida, a maioria dos estados do Norte e Nordeste, embora populosos, apresenta quantidade significativamente menor de estabelecimentos. O estado da Bahia, por exemplo, apesar de sua importância regional, figura entre aqueles com volume reduzido de empresas em comparação com potências como São Paulo e Rio de Janeiro.
Em nível nacional, o balanço entre empresas ativas e baixadas é um dos dados mais reveladores. De um total de mais de 63,8 milhões de empresas matrizes, quase 30 milhões já foram baixadas, superando as 25,2 milhões que se encontram ativas. Essa estatística sugere um ambiente de alta rotatividade e concorrência acirrada, em que a longevidade dos negócios é um desafio. O expressivo número de encerramentos, tanto de matrizes quanto de filiais, aponta para fatores como dificuldades de mercado, burocracia e falta de capital, que alimentam a chamada “mortalidade empresarial”.

O Exemplo da Bahia: Desafios e Potencialidades
O estado da Bahia, com um total de 3.190.784 matrizes e 152.385 filiais, reflete em grande parte a tendência nacional. A análise de municípios específicos, como Ipiaú, aprofunda essa compreensão. Com 11.316 matrizes e 594 filiais, Ipiaú serve como um microcosmo da dinâmica econômica da região.
A situação das empresas em Ipiaú é particularmente preocupante. Cerca de 52% das empresas abertas já se encontram encerradas. A cidade tem quase o dobro de empresas baixadas (5.850 matrizes e 312 filiais) em comparação com as ativas (3.381 matrizes e 223 filiais). Essa disparidade sugere que, embora haja um ímpeto empreendedor inicial, a sustentabilidade dos negócios a longo prazo é um obstáculo significativo. Políticas públicas de fomento à inovação, ampliação do acesso ao crédito e simplificação de processos regulatórios seriam essenciais para reverter essa tendência e criar um ecossistema mais favorável ao crescimento sustentável.

Olhando para o Futuro
Em resumo, os dados não apenas quantificam a presença de empresas no Brasil, mas também oferecem um diagnóstico de sua vitalidade. A alta taxa de mortalidade empresarial, visível tanto em nível nacional quanto em exemplos locais como Ipiaú, aponta para a necessidade de ações estratégicas focadas no fortalecimento do ciclo de vida dos negócios. Para que o empreendedorismo se traduza em desenvolvimento econômico duradouro e inclusivo, é fundamental que o Brasil, e em particular seus estados e municípios, criem um ambiente que não apenas incentive a abertura de novas empresas, mas que, acima de tudo, garanta sua sobrevivência e prosperidade a longo prazo. * Redação Ipiaú TV